"Quem me confia em olhos,

               Nas meninas dele vê

                    Que meninas não têm fé."

 

                                   Camões.

               

Ubirajara Sá
"Três âncoras deixou Deus ao homem: o amor da pátria, o amor da liberdade, o amor da verdade."
Textos
A Concretude da Alma


Um poema se faz nascer...
Verter faz as lágrimas estranhas d’alma
Uma pirâmide encravada do deserto
Calma a escrava se faz convencer
Perto do chão o vento espalma
O terreno, e alisa o velho concreto.

Um poema concreto, mais que certo
Toma das palavras e se faz de errado
Um arado na mente sonambúlica
“Búlica” que esconde as bolas do jogo
Engodo, aposta, oposta rima, manifesto
De um poeta lúdico, erudito, ultrapassado.

Um poema sem tino, fino na essência
Mente morta, manta que cobre os corpos
De seis versos, dispersos, sem compostura
A altura do vértice não importa mais
Corpos podres na tumba de Ramsés, Isis lilás
Uma escada encantada, nada, só uma vala escura.
 
Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 01/06/2010
Alterado em 02/05/2018
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Comentários
Site do Escritor criado por Recanto das Letras

     "Oh! Não te espantes não, Dom Antônio, 

     Que se atreva a Bahia

     Com oprimida voz, com plectro esguiu

     Cantar ao mundo teu rico feitio, 

     Que é já velho em Poetas elegantes

     O cair em torpezas semelhantes."

                                                            Poesias Satíricas - G. de Matos.

 

     Uma Canção

 

         "Uma canção ao longe... É um mendigo que está cantando...

                                                  Se esse pobre canta,

                           por que blasfemas, tu que possuis tão

                              doce recordação da vida, amigo?"

                             Cem poemas chineses - Hugo de Castro.