"Quem me confia em olhos,

               Nas meninas dele vê

                    Que meninas não têm fé."

 

                                   Camões.

               

Ubirajara Sá
"Três âncoras deixou Deus ao homem: o amor da pátria, o amor da liberdade, o amor da verdade."
Textos
Rio Tejo
 
 
 No rio Tejo
Eu vi um homem pescando
Também vi um peixe boiando
E vi a ponta do mar
Por onde a caravela saia pra navegar
O rio Tejo
De onde saiu a nau
Que foi retirar o “pau”
De um país varonil
Chamado depois Brasil
No rio Tejo eu vejo o caminho marítimo
Eu vejo o porto Restelo
Bem próximo de um castelo
De onde o Rei ditava o ritmo
Do rio Tejo
Eu me lembro de Pero, o Caminha,
De Cabral e de Calicute
Da cana e do embuste
Do caminho para as Índias e da riqueza que tinha...
Do rio Tejo
Eu me lembro de Dona Beja
Das tramas e da inveja
Lembra o vinho de Alentejo
Dos enredos e do brejo
No rio Tejo
De águas limpas e mar profundo
Leio que o velho mundo
Foi berço de intrigas e guerras
Foi o inferno de lutas eternas
Onde mouros invadiram e domaram
Aos lusos que se afugentaram
No rio Tejo
Nas calçadas de pedras burguesas
De cores brancas, puras grandezas,
É lugar de passear
De correr e de namorar
Do rio Tejo
Vejo a Costa de Caparica
O lugar para a semanal futrica
Com moradas que eu invejo
Do rio Tejo
Vou à Freguesia de Belém
Pelas relvas e pelos bares
Sentindo o frio que a terra tem
Casas velhas e velhos lares
Moços e senhores ricos
Não vejo pobre e velhos tísicos
Pois o governo deu-lhes fim
Por isso eu fico triste
Coloco o meu dedo em riste
Quando alguém duvida de mim
Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 26/05/2013
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Comentários
Site do Escritor criado por Recanto das Letras

     "Oh! Não te espantes não, Dom Antônio, 

     Que se atreva a Bahia

     Com oprimida voz, com plectro esguiu

     Cantar ao mundo teu rico feitio, 

     Que é já velho em Poetas elegantes

     O cair em torpezas semelhantes."

                                                            Poesias Satíricas - G. de Matos.

 

     Uma Canção

 

         "Uma canção ao longe... É um mendigo que está cantando...

                                                  Se esse pobre canta,

                           por que blasfemas, tu que possuis tão

                              doce recordação da vida, amigo?"

                             Cem poemas chineses - Hugo de Castro.