"Quem me confia em olhos,

               Nas meninas dele vê

                    Que meninas não têm fé."

 

                                   Camões.

               

Ubirajara Sá
"Três âncoras deixou Deus ao homem: o amor da pátria, o amor da liberdade, o amor da verdade."
Textos
RUAS LARGAS (Um tributo a Brasília)

Em ruas largas, muito largas
Donde o horizonte se avista
Duas metades que ladeiam duas listras
Sepulcro de ideias vagas.

Templo mortífero de meros idiotas
Ninho de abutres poliglotas
Rampa que senda ofídica
Reino da sagrada perfídia.

Ruas largas e desertas
Aonde meus passos alcançam
Donde eu vejo a turba mansa
Cantar a hora e a vez do alerta.

Reino, que no afã, ignora
O avanço da fome em prelúdio
Ruas largas, onde o concílio mora,
Valas... valas em valas eflúvio.

Templos em volta do templo
Que o vento volta a marcar o tempo
Templos, tempo, tempo de nódoas
Marcas vivas da soberana horda.

Ruas largas, entrelaçadas
Quadras contadas em contos e versos
Morada eterna de rudes e perversos
Eterna residência de fábulas malvadas.
 
Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 22/10/2010
Alterado em 20/10/2018
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     "Oh! Não te espantes não, Dom Antônio, 

     Que se atreva a Bahia

     Com oprimida voz, com plectro esguiu

     Cantar ao mundo teu rico feitio, 

     Que é já velho em Poetas elegantes

     O cair em torpezas semelhantes."

                                                            Poesias Satíricas - G. de Matos.

 

     Uma Canção

 

         "Uma canção ao longe... É um mendigo que está cantando...

                                                  Se esse pobre canta,

                           por que blasfemas, tu que possuis tão

                              doce recordação da vida, amigo?"

                             Cem poemas chineses - Hugo de Castro.