"Quem me confia em olhos,

               Nas meninas dele vê

                    Que meninas não têm fé."

 

                                   Camões.

               

Ubirajara Sá
"Três âncoras deixou Deus ao homem: o amor da pátria, o amor da liberdade, o amor da verdade."
Textos
O Rei e o Conde
Ainda que minha vida seja pintada
De vermelho,
Por uma estrada longa, minha jornada
De Rei se perpetuará no conselho...
Mesmo que por espinhos ande,
De joelhos, andarei e tornar-me-ei Conde...
Donde ninguém vir pedir-me esmola
Eu esmolarei de bolsa e sacola
E entregarei à nobre ou pobre senhora
Um coração despido e desvalido
De um homem morto e sofrido.

A loucura que a minha mente abraçou,
Tão carinhosamente,
Do escuro fez morada eterna
Ferra-se a quem nela se atrelou
Pois, do escuro, um urro soa
E amaldiçoa
Quem vive no passado perene
Ao tempo matando, em noite solene.

E é assim que transformo vida em morte...
Uma sorte que comprei de esmola...
Um jogo de azar onde jogo forte,
Numa roleta onde prefiro só uma bola
E Sem dizer minha sorte e o meu número
Fiz do meu corpo e do meu osso úmero
O cofre da agonia e da dor,
A estrada da morte e do amor.
Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 03/11/2010
Alterado em 14/12/2010
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     "Oh! Não te espantes não, Dom Antônio, 

     Que se atreva a Bahia

     Com oprimida voz, com plectro esguiu

     Cantar ao mundo teu rico feitio, 

     Que é já velho em Poetas elegantes

     O cair em torpezas semelhantes."

                                                            Poesias Satíricas - G. de Matos.

 

     Uma Canção

 

         "Uma canção ao longe... É um mendigo que está cantando...

                                                  Se esse pobre canta,

                           por que blasfemas, tu que possuis tão

                              doce recordação da vida, amigo?"

                             Cem poemas chineses - Hugo de Castro.