"Quem me confia em olhos,

               Nas meninas dele vê

                    Que meninas não têm fé."

 

                                   Camões.

               

Ubirajara Sá
"Três âncoras deixou Deus ao homem: o amor da pátria, o amor da liberdade, o amor da verdade."
Textos
Mistério


Sonolento, ainda meio na escuridão
Do sonho, alguém me pega no braço;
Balança-me e grita com uma voz rouca:
Por que você não olha para mim...?
Silenciosamente, a passos largos, ele
Sai do ambiente sussurrando baixinho
Palavras graves e toscas; deixando
O eco no ambiente lúgrube; só o som
Como companhia; só a melodia mortal
Fazia-se presente naquele lugar.
Então, corri até a porta e gritei bem
Alto: volte, quero falar com você!
Não o vi mais, porém até hoje sinto
Sua sombra vagando dentro do meu
Cérebro, carcomendo o meu interior.
Às vezes estou distante; correndo;
Correndo na sombra do maldito
Mistério que me toma de pavor...
Por onde andará quem me rouba a paz?
Onde estará aquela voz torturante?
Onde eu estarei nesta madrugada
Sombria e fria; louca e mortal?
Meu braço balançará antes que eu
Acorde e possa gritar novamente:
Por que você não olha para mim?
Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 14/10/2011
Alterado em 14/10/2011
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Comentários
Site do Escritor criado por Recanto das Letras

     "Oh! Não te espantes não, Dom Antônio, 

     Que se atreva a Bahia

     Com oprimida voz, com plectro esguiu

     Cantar ao mundo teu rico feitio, 

     Que é já velho em Poetas elegantes

     O cair em torpezas semelhantes."

                                                            Poesias Satíricas - G. de Matos.

 

     Uma Canção

 

         "Uma canção ao longe... É um mendigo que está cantando...

                                                  Se esse pobre canta,

                           por que blasfemas, tu que possuis tão

                              doce recordação da vida, amigo?"

                             Cem poemas chineses - Hugo de Castro.