Textos
Degredado
Quando beijo os seus pés
Pela manhã, bem cedo,
O dia se faz mais calmo
Palmo-a-palmo percorro o estreito
Corredor, sem medo
De escorregar por entre os dedos;
De cair no convés
Do pequeno barco que me leva ao degredo.
Sou puro segredo
De mim mesmo
À esmo, saio deste mundo...
Sou um vagabundo...
Prolixo,
Não concateno
Merda e veneno!
Lixo, a mim mesmo dilacero...
Mero poliglota que fala com impropérios...
Quem disse que falar
O que não sabe,
Cabe na mente de idiotas;
Não sabe de si mesmo!
Há termos que só cabem em uma boca
Louca; pois o seu desejo é amar...
Calar!
Não, minha cara!
A vida não para...
A minha tara
Por você não se cala...!
O meu viés
É traçado por si mesmo...
O meu apego; o meu apelo é você!
Por beijar os seus pés,
Devo merecer
Estar entre os fiéis!
Tenho o perfil de um sesmo...
Bipartido, amo e odeio;
Meio-a-meio sou mais você!
Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 21/08/2012
Alterado em 21/08/2012
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