"Quem me confia em olhos,

               Nas meninas dele vê

                    Que meninas não têm fé."

 

                                   Camões.

               

Ubirajara Sá
"Três âncoras deixou Deus ao homem: o amor da pátria, o amor da liberdade, o amor da verdade."
Textos
Degredado 
 
 
Quando beijo os seus pés
Pela manhã, bem cedo,
O dia se faz mais calmo
Palmo-a-palmo percorro o estreito
Corredor, sem medo
De escorregar por entre os dedos;
De cair no convés
Do pequeno barco que me leva ao degredo.
 
Sou puro segredo
De mim mesmo
À esmo, saio deste mundo...
Sou um vagabundo...
Prolixo,
Não concateno
Merda e veneno!
Lixo, a mim mesmo dilacero...
Mero poliglota que fala com impropérios...
 
Quem disse que falar
O que não sabe,
Cabe na mente de idiotas;
Não sabe de si mesmo!
Há termos que só cabem em uma boca
Louca; pois o seu desejo é amar...
Calar!
Não, minha cara!
A vida não para...
A minha tara
Por você não se cala...!
 
O meu viés
É traçado por si mesmo...
O meu apego; o meu apelo é você!
Por beijar os seus pés,
Devo merecer
Estar entre os fiéis!
Tenho o perfil de um sesmo...
Bipartido, amo e odeio;
Meio-a-meio sou mais você!
Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 21/08/2012
Alterado em 21/08/2012
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     "Oh! Não te espantes não, Dom Antônio, 

     Que se atreva a Bahia

     Com oprimida voz, com plectro esguiu

     Cantar ao mundo teu rico feitio, 

     Que é já velho em Poetas elegantes

     O cair em torpezas semelhantes."

                                                            Poesias Satíricas - G. de Matos.

 

     Uma Canção

 

         "Uma canção ao longe... É um mendigo que está cantando...

                                                  Se esse pobre canta,

                           por que blasfemas, tu que possuis tão

                              doce recordação da vida, amigo?"

                             Cem poemas chineses - Hugo de Castro.