"Quem me confia em olhos,

               Nas meninas dele vê

                    Que meninas não têm fé."

 

                                   Camões.

               

Ubirajara Sá
"Três âncoras deixou Deus ao homem: o amor da pátria, o amor da liberdade, o amor da verdade."
Textos
Caos
 
 
 
Meus caminhos são tortuosos
Eu sei!
Mas não tenho medo; porosos
Poros que, por medo, furei.
São as noites que me atraem
É o mundo noturno
Imundo,
Onde as luzes se esvaem
Eu sou o preposto...
Eu gosto de saber do gosto...
Eu gosto de saber sonhar com você!
O meu grito, num rito calou-se!
Deitado na relva, fiquei esperando...
O amor mente sempre que pode
Fugir para bem longe de onde nasce...
É Ode a miséria!
Pilheria!
Quitéria é o seu nome, mulher!
Fogo que arde de propósito
Queima o lúdico que enfeita
O pensamento...
Lento, lenho lenhoso mastro...
Que a vela estende-se ao navegar
Astro de um novo mundo: Gibraltar!
Escravatura, ninho, ninar...
Quem vem de lá?
Por barcos e caravelas
Aduelas que trancam minha goela...
Ei, namorada!
Minha piada feriu seu ego...
Eu rego o rego de sua pele macia;
Eu li no Time que você viria,
Mas de que adianta tanta pressa;
Tanta euforia...
Porcaria de vida suntuosa, gostosa...
Maneira de amar...
Estranha, manha de relacionar...
Carinhos tortuosos;
Suntuosos amores vis, sutis, generosos...
Manhosos! Manhosa!
Piedade! Tenha-me antes da tenra idade!
Eu desejo sonhar; gozar o gozo no altar!
 
Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 08/05/2013
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     "Oh! Não te espantes não, Dom Antônio, 

     Que se atreva a Bahia

     Com oprimida voz, com plectro esguiu

     Cantar ao mundo teu rico feitio, 

     Que é já velho em Poetas elegantes

     O cair em torpezas semelhantes."

                                                            Poesias Satíricas - G. de Matos.

 

     Uma Canção

 

         "Uma canção ao longe... É um mendigo que está cantando...

                                                  Se esse pobre canta,

                           por que blasfemas, tu que possuis tão

                              doce recordação da vida, amigo?"

                             Cem poemas chineses - Hugo de Castro.