Rio Vermelho
Capitalistas atrofiam a vontade soberana do povo,
Impondo os seus dotes escravocratas milenares;
Sordidamente, um burguês, Burgo, é um corvo!
Impiedoso, o vil sorri de quem come por olhares.
Um prato lavado, uma alma já cansada e ferida;
A fome tratada como brinde àqueles que morrem...
Um osso, um pedaço de braço, um pé na descida,
A lama, a água suja, as casas e corpos escorrem...
O rio vira esgoto, e corre, e morre, e corre, e morre...
Escorre de um filete que acaba com Deus e a alma;
O rio pintado de vermelho barro, acamado, acalma...
Antes de se ver orlado, derramado, afogado no mar,
Quer voltar; e o oceano, revoltado, de lama se ornou;
E pintado, o seu leito, de barro; o seu peito sangrou!.
Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 19/11/2015