Sabedoria
Acesso o meu livro da vida
E sinto que preciso rever
Alguma palavra esquecida;
Sublinhado que lembre você...
A mente corre caminhos sem lume;
Alma sem cognição não alça voo...
Morre a paixão, sem amor, por ciúme...
O peito dói, mas, por desejo, perdoo!
Li, no livro, um nome marcado com caneta...
Depois me arrependi, pois tinta não apaga...
Mas, como o que marquei, era sua silhueta,
O seu nome tatuei, em mim, com sua adaga!
Depois que à luz su’alma veio,
O nome também gravei em meu ser...
O halo que emoldura o seu seio,
Irradia calor aureolado de querer!
E, assim, minha penada mente,
Cuja cognição falhou ao lembrar seu nome,
Hoje desperta, grita como o inocente
Que mama, goza e ainda fica com fome...
O ciúme, que tanto se faz indecente,
Come a carne fresca de pele macia
Num instante de suspiro emergente;
Corpos suados... Oh! doce mania!
E depois que peguei do meu velho livro,
Li e reli para completar o meu parecer...
Retiro a paixão e o amor; o ciúme eu ligo
Ao desejo de você em mim; isso é saber...
Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 17/05/2016