"Quem me confia em olhos,

               Nas meninas dele vê

                    Que meninas não têm fé."

 

                                   Camões.

               

Ubirajara Sá
"Três âncoras deixou Deus ao homem: o amor da pátria, o amor da liberdade, o amor da verdade."
Textos
O Soberano
 
 
O meu coração pulsa, sem controle
Uma tensão aperta o meu cérebro
O corpo sente inquietação intolerante
Pensei já haver passado por tudo isso
Mas nada disso se vai para sempre
Parece que viaja e retorna mais forte
É uma briga do cérebro com a morte
 
Teimosamente, ela teima em suportar
Um corpo que já se encontra na descida
Enquanto o caminho fica mais curto
Surtos de euforia e tristezas já me abate
É a distância cada vez mais curta, no fim
Eu, por mim, deixaria tudo se ir ou correr
Se todos, um dia, se vai daqui sem querer
 
Escrevo na minha agenda, todos os dias
O que já fiz ou que um dia farei, amanhã
Talvez, ou mais adiante sem premeditar
Só sei que escrevo tudo que se passa
Inda que esqueça, fico a refletir, e lembro
Minha vida passa de mim para o meu diário
E o que é a vida, se o ser é sedentário
 
Propostas de levante matinal me acorda
É o meu sexo vazio que se alegra e reflete
Um porrete na mão que, se duro, se aquece
Se esquece do frio momento de ir ao sanitário
E pingando, pingando, o mijo molha o pano
Do pobre pijama, sofredor do mais que profano
Ex pé de mesa, que se achava o soberano!
 
 
 
Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 12/09/2018
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     "Oh! Não te espantes não, Dom Antônio, 

     Que se atreva a Bahia

     Com oprimida voz, com plectro esguiu

     Cantar ao mundo teu rico feitio, 

     Que é já velho em Poetas elegantes

     O cair em torpezas semelhantes."

                                                            Poesias Satíricas - G. de Matos.

 

     Uma Canção

 

         "Uma canção ao longe... É um mendigo que está cantando...

                                                  Se esse pobre canta,

                           por que blasfemas, tu que possuis tão

                              doce recordação da vida, amigo?"

                             Cem poemas chineses - Hugo de Castro.